O deputado Eduardo Pazuello, do PL do Rio de Janeiro, assinou eletronicamente apenas três documentos nos dez meses em que tinha um cargo de confiança no Palácio do Planalto. O expediente é incomum no serviço público, especialmente para um secretário da Presidência.
A assinatura eletrônica de documentos é o procedimento padrão para qualquer registro que tramita em órgãos públicos. Seja o despacho de um processo, uma consulta a outro departamento ou até um pedido rotineiro de reunião.
Os dados foram obtidos por meio da Lei de Acesso à Informação. A Presidência só divulgou um dos três documentos assinados por Pazuello naquela época. Trata-se de um ofício ao então comandante do Exército, Paulo Sérgio Nogueira, pedindo um apartamento funcional em Brasília.
Pazuello teve um cargo de confiança no Planalto de Jair Bolsonaro de junho de 2021 a abril de 2022, com um salário de até R$ 16 mil, fora os vencimentos do Exército. Foi secretário de Estudos Estratégicos e assessor especial de Assuntos Estratégicos. O general foi nomeado depois de comandar uma gestão que atacou a vacinação contra a Covid no Ministério da Saúde.
Além das raras assinaturas no sistema do governo, a agenda de Pazuello no Planalto costumava ficar vazia naquele período, outro fato inusitado.