Na abertura da sessão plenária de hoje (28/08) da Câmara Municipal de Manaus dos 41 vereadores em pleno gozo do mandato, apenas 15 estavam presente na sessão, ou seja, 26 estavam ausentes. São quase 64% de ausentes, bem mais que a metade.
Quem acompanha a política no Amazonas percebe que a Câmara Municipal de Manaus vem, ao longo dos anos, num franco declínio na qualidade de sua produção legislativa. Hoje é um mero anexo do poder executivo municipal, legislando sem qualidade e fiscalizando sem vontade.
Na “Casa do Povo” as questões ideológicas, sobre tudo as pautada na moral cristã e ao reacionarismo religioso, tomaram a frente das discussões que deveriam ser jurídicas e técnicas, lastreadas pelos princípios constitucionais e a melhor produção científica sobre os temas. Mas, infelizmente, é um show de achismos e opiniões orientadas por crenças pessoais, em detrimento do bem-estar coletivo.
A sessão plenária de hoje é a demonstração da falta de compromisso de muitos vereadores com seus deveres institucionais, não só em promover um debate qualificado, mas sobre tudo da coisa mais básica que é se fazer presente no seu local de trabalho. Mas não se engane, se alguma minoria estivesse sendo perseguida a sessão estaria cheia.
Obviamente, para que não soe injusto, há quem se ausentou por necessidade, mas com certeza não foram todos os 26 vereadores.
Por fim, no ano vindouro, 2024, esses mesmos que tratam com descaso as sessões plenárias estarão atrás dos eleitores pedindo voto para voltar à CMM para que – pasmem, senhoras e senhores! – possam “trabalhar em prol da população”.