O ex-prefeito, ex-senador, ex-deputado federal, ex-ministro de estado. Não há como falar da política amazonense nos últimos 30 anos sem citar Arthur Virgílio Neto.
Arthur, considerado grande orador e articulador político, decidiu de forma consciente manchar sua biografia abraçando vergonhosamente o que há de mais nefasto na política brasileira, o bolsonarismo.
Foi no governo Bolsonaro que o Polo Industrial de Manaus foi atacado diversas vezes. Nesse mesmo governo obscurantista minimizou-se a pandemia de COVID-19, que vitimou centenas de amazonenses, atrasando propositalmente a compra de vacinas, induzindo a política de “imunidade de rebanho” que culminou com a crise de falta de oxigênio em Manaus, cidade que Arthur foi prefeito 3 vezes. Mas nada disso lhe causou ojeriza a Bolsonaro e o bolsonarismo.
Aliás, decepcionando muitos, Arthur declarou publicamente apoio à reeleição de Jair Bolsonaro no segundo turno da eleição de 2022.
Desde então encarnou um personagem caricato que defende Bolsonaro no que convém e ignora os escândalos envolvendo e ex-presidente. Há quem afirme que esse flerte com a extrema-direita é estratégia política de Arthur para 2024, quando pretende concorrer à prefeitura de Manaus mais uma vez.
Uma estratégia tortuosa que não é esperada de um social-democrata histórico como Arthur e que destrói a credibilidade que angariou ao longo de mais de 3 décadas de vida pública.