Mesmo antes de Jair Bolsonaro perder a eleição à presidência em 2022 já se desenhava, pelos mais diversos motivos, um cenário repleto de pedidos de cassação de sua chapa ou de seu mandato, em caso de reeleição. Tais pedidos se ancorariam, principalmente, no uso desavergonhado da máquina pública durante a campanha em benefício próprio.
Derrotado nas urnas, não tardou a resposta da democracia a Bolsonaro. Coube ao TSE suspender seus direitos políticos, tornado-o inelegível e o afastando da vida pública até 2030, por abuso de poder político e uso indevido dos meios de comunicação.
Com Bolsonaro fora do páreo iniciou-se uma briga intestina no bolsonarismo para ver quem será seu sucessor em 2026. Nesse cenário desapontam Tarcísio de Freitas (Republicanos), governador de São Paulo, e Romeu Zema (Novo), governador de Minas Gerais.
Ambos acenam à extrema-direita tentando, a todo custo, abraçar o bolsonarismo pelo seu pior viés. Numa semana Tarcísio normaliza uma chacina, com denúncias de torturas e execuções, sumárias cometida pelas Forças Policiais do estado de São Paulo.
Na mesma semana, durante entrevista, Zema, ao falar sobre o Consórcio Sul-Sudeste, fomentam discurso separatista ou, no mínimo, fortalece o discurso preconceituoso, xenófobo e extremamente estúpido, que o sul e sudeste “carregam o Brasil nas costas”. Essa briga promete escalar cada vez mais em sandices ideológicas defendidas pelos bolsonarista.
O escritor e dramaturgo Bertolt Brecht dizia que “não há nada mais parecido com um fascista que um pequeno burguês assustado”. Um liberal/conservador alucinado pelo poder também se assemelha muito.