O MPF acionou a Câmara para que o discurso transfóbico do deputado Nikolas Ferreira (PL-MG) de ontem (08/03), em plenário, seja apurado. A procuradora Luciana Loureiro também representou pelo encaminhamento de requerimento à Mesa Diretora da Casa para averiguar “suposta violação ética”.
O presidente da Câmara, deputado Arthur Lira (PP-AL), escreveu nas redes sociais nesta quarta-feira que o plenário não é palco para “exibicionismo” nem para “discursos preconceituosos”. Lira se referia à fala transfóbica feita mais cedo pelo deputado Nikolas Ferreira.
“O plenário da Câmara dos Deputados não é palco para exibicionismo e muito menos discursos preconceituosos. Não admitirei o desrespeito contra ninguém. O deputado Nikolas Ferreira merece minha reprimenda pública por sua atitude no dia de hoje”, escreveu Lira.
A transfobia foi equiparada ao crime de racismo, e passou a ser tratada como crime hediondo pelo STF em 2019.
Entenda o caso
No Dia Internacional da Mulher, o deputado foi à tribuna da casa e colocou uma peruca loira, ele disse que, hoje, “se sente mulher”, é a “deputada Nicole” e “tem lugar de fala”.
“As mulheres estão perdendo seu espaço para homens que se sentem mulheres. Para vocês terem ideia do perigo que é isso, eles estão querendo colocar a imposição de uma realidade que não é a realidade”, declarou.
O deputado declarou também que as mulheres não devem nada ao feminismo, e que o movimento que defende igualdade entre gêneros “exalta mulheres que nunca fizeram nada pelas mulheres”.