Somente nos dois primeiros meses deste ano, o Tribunal de Justiça do Amazonas (TJAM) já concedeu 1.420 Medidas Protetivas de Urgência (MPUs) em favor de mulheres vítimas de ameaças e de violência doméstica e familiar, sendo 860 na capital e 559 no interior do Estado.
No ano passado, o Judiciário Estadual analisou quase 11 mil pedidos de MPUs, deferindo no todo ou em parte, 90% desses pedidos. Os dados foram apresentados na manhã desta segunda-feira (06/03) durante a abertura da “23.ª Semana Justiça pela Paz em Casa”, período de esforço concentrado que reúne Tribunais de todo o País com o objetivo de potencializar a efetividade da “Lei Maria da Penha”. O TJAM pautou 1.868 audiências para o período, sendo 711 na capital e as demais nas comarcas do interior do Estado.
A abertura oficial do evento, realizada no início da manhã no Fórum de Justiça Ministro Henoch Reis, foi feita pela presidente da Corte, desembargadora Nélia Caminha Jorge, pela desembargadora Graça Figueiredo, que está à frente da Coordenadoria Estadual das Mulheres em Situação de Violência Doméstica e Familiar (Cevid/TJAM), e pela juíza Ana Lorena Teixeira Gazzineo, titular do 1.º Juizado Especializado no Combate à Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher (“1.º Juizado Maria da Penha”) e representante do TJAM na Câmara Técnica de Gestão Estadual do Pacto Nacional pelo Enfrentamento à Violência contra a Mulher perante o Governo do Estado.
Além de desembargadores, juízes e servidores do Tribunal de Justiça do Amazonas, também participaram do evento representantes do Ministério Público do Estado do Amazonas; da Defensoria Pública Pública do Estado – ambos, órgãos parceiros da ação –; do Governo do Estado; da Assembleia Legislativa do Estado; da Câmara Municipal de Manaus; do Ministério Público de Contas; do Ministério Público do Trabalho; da Ordem dos Advogados do Brasil Seccional Amazonas; da Câmara de Dirigentes Lojistas de Manaus; do Sindicato dos Trabalhadores da Justiça do Estado do Amazonas; entre outros.
Duplicação dos Juizados
A juíza Ana Lorena Teixeira Gazzineo, que falou em nome dos juízes com jurisdição na área de violência contra a mulher, do Tribunal, registrou que nesta semana o mundo comemora o “Dia Internacional da Mulher” – na próxima quarta-feira (8/03) – e que nada melhor para marcar a data do que ações destinadas a combater todas as formas de violência de gênero.
Ele citou o quantitativo de Medidas Protetivas de Urgência analisadas no ano passado pelo TJAM – quase 11 mil – lembrando que 90% dos pedidos foram total ou parcialmente deferidos: “Esse dado bem demonstra a preocupação com os julgamentos com perspectiva de gênero e com a segurança das vítimas de crime de violência doméstica, que é um dos mais cruéis, porque a família de uma maneira geral. Embora muitos avanços tenham sido alcançados com a ‘Lei Maria da Penha’, que é uma das melhores do mundo no tema, ainda assim continuamos contabilizando 4,8 assassinatos a cada grupo de 100 mil mulheres. Essas quase 5 mil mortes representam, em média, 13 assassinatos diários. Lembrando que, em mais de 50% dos casos, os assassinatos e as agressões ocorrem dentro do próprio lar da mulher”.
Apoio e conscientização
Nos cinco dias da ação – que acontecerá de 6 a 10 de março –, além das audiências judiciais haverá também a mobilização das equipes multidisciplinares do Juizados Especializados no Combate à Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher (“Juizados Maria da Penha”), no sentido de reforçar a conscientização sobre o tema, por meio do “Projeto Maria Acolhe” – que proporciona orientações psicossociais aos jurisdicionados inseridos em situação de violência doméstica a fim de prevenir e romper o espiral da violência, bem como prestar informações processuais –, de Rodas de Conversa, de exposições, bem como atividades do “Projeto Maria vai à Escola”, com ações em unidades de ensino, e em instituições de acolhimento de vítimas de violência doméstica, e até empresas.