Pela primeira vez, a bancada evangélica não conseguiu chegar a um acordo entre deputados federais para a liderança parlamentar. Parlamentares pastores e cristãos fizeram uma inédita votação para eleger seu novo presidente. A queda de braço eleitoral ficou entre os deputados Silas Câmara (Republicanos-AM) e Eli Borges (PL-TO).
Com bate-boca entre seus membros e ameaças de judicialização, a eleição não chegou a lugar algum e foi adiada, após o deputado federal Silas Câmara e seu grupo político terem sido acusados de fraudar a votação.
Primeira vez
É a primeira vez que o bloco recorre às urnas para decidir quem o guiará a bancada no Congresso Nacional. Pleitos passados tiveram como praxe a aclamação de um presidente sem necessidade de votação.
Assim aconteceu desde a criação da Frente Parlamentar Evangélica, em 2003.
Anulação
Sem o costume de realizar eleições, a bancada sofreu diversos problemas com o processo de votação. Parlamentares que não se inscreveram na lista conseguiram votar — manobra que o regimento interno não permite. A anulação da votação só foi definida após mais de quatro horas de discussão.
Nesse meio tempo, Otoni afirmou que, se o pleito não fosse anulado, entraria na Justiça.
Sem data
Ainda não há data definida para a notação para a presidência da bancada evangélica. Possivelmente deve ocorrer essa semana. A única unanimidade entre eles é que as lideranças evangélicas sejam mais atuantes nas comissões da Câmara, para evitar o avanço de pautas mais à esquerda.
Eles estão preocupados sobretudo com as flexibilizações no direito ao aborto e avanços de pautas e narrativas de gênero LGBTQIA+.
Números
Estima-se que a bancada de evangélicos desta legislatura contará com 132 deputados (26% da Câmara) e 14 senadores (17%).
Mas a atual frente juntou 187 deputados e 30 senadores signatários. Isso porque não necessariamente todos são evangélicos.
Há outros parlamentares cristãos que fazer parte do bloco parlamentar.