Manaus,23 de novembro de 2024

Parlamentares do Amazonas se pronunciam sobre situação dos Yanomamis

O aumento de casos e mortes por desnutrição e malária na reserva indígena Yanomami ligou o sinal de alerta do governo federal e motivou um decreto de Emergência de Saúde Pública neste território. Parlamentares amazonenses divergem sobre o tema. Alguns não tocam no assunto e outros citam que é cedo para responsabilizar governos federais anteriores.

O deputado federal José Ricardo (PT) classificou a situação dos Yanomami como “gravíssima” e afirma que o estado dos indígenas revela o total descaso e atenção do governo anterior para a causa indígena do país. O deputado afirma que, em maio do ano passado, o governo federal negou uma aeronave para levar a comissão de Direitos Humanos do senado para a região Yanomami e a comissão já identificava que apenas dois funcionários do Ibama atuavam na área.

“Na época, o Ministério da Defesa alegou restrição dos meios aéreos disponíveis na região. E pela Comissão, constatamos que havia apenas dois funcionários do Ibama atuando na área dos Yanomamis e que, desde dezembro de 2021, não havia fiscalização nesse território. Prova da total irresponsabilidade desse Governo com a vida do povo Yanomami e suas crianças. Uma tentativa de genocídio que poderia ter sido evitada, se Bolsonaro e seu Governo tivessem algum comprometimento com os direitos humanos e os indígenas do Brasil”, declara.

O deputado federal Siney Leite (PSD) cita que é inadmissível autoridades sanitárias não terem identificado a situação do povo indígena e lembra que nos últimos anos, não faltou recursos para o governo federal intervir na região Yanomami.

“As imagens falam por si só, é inadmissível que um agente comunitário de saúde indígena não tenha visto. A situação é pior, a desnutrição acontece na região e com a população indígena e precisa de uma reformulação no que diz respeito à política de saúde indígena”, disse.

Questão de narrativas

Ignorando toda as constatações feitas sobre os Yanomamis nos últimos dias,o senador amazonense Plínio Valério (PSDB) e classificou as informações como “narrativas criadas pelo PT”. O senador afirma que vai se inteirar do que realmente pode estar ocorrendo na região, mas fala em desconfiar de tudo que o governo PT levanta sobre temas de políticas sociais.

“Essa questão dos Yanomamis sempre foi uma questão delicada e agora com o PT assumindo o governo ele começou uma guerra de narrativas. Eu desconfio, pelo menos do tamanho da narrativa. Eu preciso me enteirar e vou me enteirar sim, com meus companheiros de Roraima, porque a região Yanomami está muito mais localizada na Venezuela. É uma guerra de narrativas que a gente não pode no primeiro minuto tomar como verídicas ou como mentiras”, conta.

Plínio Valério culpa as ONGs de restringir a participação do governo federal nessas horas.

Nenhum outro parlamentar entusiasta do Bolsonarismo além de Plínio Valério se pronunciou sobre o tema para o Comun.

Entre estreantes

Na base de estreantes na Câmara Federal, o deputado recém-eleito Saullo Vianna (UB) foi pragmático em caminhar sobre soluções de urgência para o povo Yanomami.

“Com uma situação caótica dessas, entendo que a prioridade do momento não é buscar responsáveis, mas sim ajudar esses brasileiros originários, como bem tem feito o governo do presidente Lula”, diz o deputado.

tem feito o governo do presidente Lula”, diz o deputado.

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