Em seu penúltimo dia no cargo, o presidente Jair Bolsonaro (PL) fez, nesta sexta-feira (30/12), um pronunciamento transmitido ao vivo por suas redes sociais. Durante sua live de despedida, o presidente criticou, pela primeira vez, a ação de George Washington de Oliveira, que foi preso em flagrante suspeito de colocar uma bomba em um caminhão na região do Aeroporto Internacional de Brasília.
Bolsonaro disse que “nada justifica essa tentativa de ato terrorista”. “Um elemento que foi pego, graças a Deus, com ideias que não coadunam com nenhum cidadão”, acrescentou, enquanto também criticava a classificação do suspeito como “bolsonarista”.
“Hoje em dia se uma pessoa aí comete um deslize, crime ou fazer algo reprovável pela sociedade, ou que não está de acordo com as leis, é bolsonarista”, disse o presidente.
“Não vamos pro tudo ou nada”
Se dirigindo a seus apoiadores, o presidente disse: “Não vamos achar que o mundo vai acabar no dia 1º.”
Ele também negou a ideia de “vamos para o tudo ou nada”. “Não tem ‘tudo ou nada”, declarou antes de pedir que seja feita oposição com “inteligência” ao futuro governo do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
“[Vamos] mostrar que somos diferentes do outro lado”, completou.
De viagem marcada
O governo publicou nesta sexta-feira (30/12), no “Diário Oficial da União”, uma autorização para assessores que trabalharão com Jair Bolsonaro após o fim do mandato acompanharem o presidente em viagem a Miami, nos Estados Unidos.
Questionado oficialmente, o Palácio do Planalto não confirma a viagem internacional do presidente. O despacho no “Diário” prevê que a viagem dos assessores vai durar do dia 1º de janeiro, próximo domingo, até o dia 30 de janeiro.
O mandato de Bolsonaro termina neste sábado (31). No domingo, assume o presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva.
Cinco assessores vão acompanhar o presidente, para dar apoio e fazer a segurança, segundo o despacho oficial.
Desde que perdeu as eleições, no fim de outubro, o presidente praticamente não compareceu a compromissos oficiais e reduziu a quase zero suas manifestações e falas públicas. Bolsonaro tem passado a maior parte dos dias na residência oficial do Palácio da Alvorada.