A Polícia Federal deflagrou a operação ‘’Amor Fantasma’’ na manhã desta quarta-feira (30), na agência de publicidade – Digital Comunicação, no bairro Morada do Sol, zona Centro-Sul de Manaus. Agentes também foram vistos entrando no condomínio Palácio Adrianópolis, no conjunto Morada do Sol. A operação é destinada a repressão de possível crime de Caixa 2 eleitoral.
Os alvos são o ex-vice-governador do Amazonas, Henrique Oliveira, sua ex-esposa e três empresas, que possuem um mesmo sócio em comum. Henrique Oliveira foi candidato ao governo do Amazonas nas eleições 2022 e sua ex-esposa foi candidata a deputada federal.
No local, além da Agência de Publicidade, funciona também a rede de comunicação Onda Digital, que tem ramificações em outros Estados, além de operar emissora de rádio e de TV na capital amazonense.
De acordo com a PF, a ex-esposa do investigado recebeu alta quantia em dinheiro de um partido político, aproximadamente R$ 1,5 milhão, o qual foi repassado às empresas investigadas.
Foram apreendidos celulares, jóias, notebooks, calçados dos envolvidos, documentos e carros de luxo. O cumprimento do mandado de busca e apreensão teve como propósito identificar o crime, bem como coletar outros elementos indicativos de autoria e materialidade.
Campanhas ricas e denunciadas
Os R$ 3 milhões que Adriana recebeu colocam sua campanha como a 14ª mais rica em todo o país, em uma lista que só tem puxadores de votos e nomes disputando a reeleição. Em 2018, ela teve apenas 41 votos para o cargo de deputada estadual.
A campanha de Adriana se resume a 33 posts em uma página do Facebook e do Instagram, no ar há duas semanas. Todos são montagens. Em nenhuma das publicações aparece interagindo com eleitores ou em vídeos pedindo apoio. As páginas somam 59 seguidores e o post com maior visualização teve 69 curtidas. Em sua página pessoal no Instagram, ela fala apenas da candidatura do ex-marido, que concorre ao governo do Amazonas pelo Podemos.
Apesar da escassa campanha nas redes, Adriana contratou uma empresa de marketing digital por R$ 750 mil. Ela é a única candidata em todo o Brasil que buscou a Digital Comunicação Ltda. Os gastos chamaram a atenção dos demais candidatos do PROS no Estado, que acionaram o Ministério Público e a Polícia Federal para investigar o repasse milionário. Atualmente, a candidatura de Adriana está indeferida por duas razões: registro fora do prazo e contas rejeitadas em 2018 por ocultar gastos na Justiça Eleitoral. Ela recorreu e continua na disputa.
O presidente estadual do PROS, Edward Malta, afirmou que o dinheiro repassado a Adriana é para bancar a campanha do ex-marido ao governo. Essa movimentação, porém, precisaria ser oficializada, o que não ocorreu.
