Um belo casarão datado de 1908 recebe visitas técnicas e estudos arquitetônicos da Prefeitura de Manaus, via Instituto Municipal de Planejamento Urbano (Implurb), para se integrar ao programa “Nosso Centro”, lançado no ano passado pela gestão David Almeida. Localizada na rua Bernardo Ramos, bairro Centro, a edificação de 474,86 metros quadrados de área, em situação de abandono, com quintal, vista para o rio Negro e classificada como imóvel de interesse de preservação de segundo grau, está em processo de desapropriação com processo na Procuradoria Geral do Município (PGM).
Segundo o procurador Lucas Granjeiro, o prefeito David Almeida já expediu o decreto que declara o imóvel de utilidade pública como bem, o que permite a prefeitura fazer vistorias in loco e realizar levantamentos técnicos visando a integração para o “Nosso Centro”.”Estamos avançando com os proprietários, sejam eles da cadeia dominial ou da posse atual, para decidir judicialmente a transferência do bem para o município”, completou.
O diretor de Planejamento Urbano do Implurb, arquiteto e urbanista Pedro Paulo Cordeiro, explicou que a casa amarela, no número 60, e o terreno contíguo farão parte da paisagem do largo do mirante da Ilha de São Vicente. “A casa é um patrimônio histórico de interesse de segundo grau e será totalmente restaurada, ganhando um novo uso, provavelmente cultural e voltado às artes, se integrando a outros imóveis na mesma rua e ao conceito do mirante da Ilha”, comentou.
Harmonia
Grande parte do passado do nascimento da cidade de Manaus pode ser visualizado hoje na rua Bernardo Ramos, uma das mais antigas de Manaus. Ao lado do Museu da Cidade e da praça Dom Pedro II, a via leva o nome de Bernardo de Azevedo da Silva Ramos, político e comerciante que tinha uma coleção de mais de 10 mil moedas.
É na Bernardo Ramos que estão as duas casas consideradas as mais antigas de Manaus, as de números 69 e 77, que hoje abrigam o Centro Cultural Óscar Ramos. As residências foram totalmente restauradas pela prefeitura e servem para abrigar o acervo do artista.
Feitas com parte da estrutura em taipa (barro e madeira), as casas conjugadas de número 69 e 77, carregam, em sua arquitetura, uma parte da história de Manaus, datada ainda do período colonial, anterior ao que mais comumente se encontra no centro histórico da cidade, construído no tempo áureo da borracha.
E, nas proximidades da casa amarela, está o conhecido Casarão de São Vicente, cujo projeto, após conclusão, dará lugar a um hub de inovação e coworking com térreo, área para recepção e eventos, incluindo o piso superior, que ganhará um terraço com café e área de contemplação. O casarão será ocupado pela Secretaria Municipal do Trabalho, Empreendedorismo e Inovação (Semtepi), tendo um terraço com vista para o rio Negro.