A Petrobras anunciou no final de agosto a venda da Refinaria Isaac Sabbá (Reman) para a Ream Participações, veículo societário de propriedade dos sócios da Atem Distribuidora de Petróleo, por US$ 189,5 milhões. A distribuidora vai pagar US$ 28,4 milhões, com a assinatura do contrato a título de caução, e cerca de US$ 161 milhões no fechamento da operação. A refinaria vendida pertence indiretamente ao patrimônio da União.
Diante dessa situação preocupante, o deputado federal Zé Ricardo (PT/AM) enviou nesta segunda-feira (8) requerimento ao Ministério do Estado de Minas e Energia, cobrando o envio imediato da cópia integral do processo de venda da Reman e seus ativos logísticos associados, no estado do Amazonas, como também os documentos posteriores referentes ao pagamento e outros ajustes contratuais e, especialmente, a documento referente à fase preparatória do processo, com destaque nos documentos e estudos que determinaram o preço de mercado.
No documento, o parlamentar argumenta que a Refinaria Isaac Sabbá é a única refinaria da região norte do Brasil, e a saída da Petrobras do Amazonas, com a venda desse ativo, acarretará na formação de um grande monopólio privado, que ditará os preços dos derivados de petróleo no nosso estado, uma vez que a empresa ATEM já é a maior distribuidora de derivados de petróleo do estado. “Ao passar a controlar também a Refinaria de Manaus, a empresa controlará toda a cadeia de produção e distribuição de derivados de petróleo, o que pode reduzir drasticamente a concorrência e, consequentemente, a redução de preço dos combustíveis”, disse.
Zé Ricardo também chama atenção para o preço pelo qual a Refinaria de Manaus foi vendida. “Uma empresa que vale muito mais do que foi vendido e que é estratégica para a Amazônia, mas que está sendo entregue para o setor privado a um preço tão baixo. Então, nós queremos saber mais detalhes desse processo, por isso, estamos solicitando todas as informações e todos os documentos dessa transição”, destacou o parlamentar, solidarizando-se com todos os trabalhadores e trabalhadoras da Reman, que estão com os seus empregos em risco, por conta dessa privatização.