Manaus,30 de outubro de 2024

Gestão de Omar e Melo é acusada de desviar mais de R$ 4 milhões da saúde

Equipe Comun

A Secretaria de Saúde do Estado do Amazonas (Susam) foi novamente alvo de investigação do programa Fantástico da Rede Globo. O governo do Amazonas é acusado de usar R$ 4, 5 milhões dos cofres públicos para pagar as despesas particulares de autoridades selecionadas em um dos hospitais mais caros do país, o Sírio Libanês, em São Paulo.

Segundo a reportagem, em cinco anos foram gastos aproximadamente R$ 4,5 milhões. Na época,  o estado estava sob o comando do atual senador Omar Aziz e posteriormente, de  José Melo, que hoje está preso por suspeita de desvio de recursos da Saúde.

Entre os nomes divulgados que receberam os privilégios estão o do ex-prefeito de Santa Isabel do Rio Negro, no interior do Amazonas, Mariolino Siqueira, Maria da Graça Vieira, mãe do agora corregedor-geral Lafayette Carneiro Vieira Júnior, Fabiano Figueiredo, sobrinho da desembargadora Graça Figueiredo, Yara Simões, irmã do desembargador Yedo Simões. Mas as informações revelam também que o maior gasto foi com o colunista social Alex Deneriaz, que morreu em abril de 2015. Os gastos somam R$ 785 mil, um valor R$ 130 mil a mais do que o governo gastou em investimento durante todo o mês no Instituto de Saúde da Criança do Amazonas.

O Ministério Público Federal entrou com uma Ação Civil Pública contra os ex-secretários da Susam, Wilson Alecrim e Pedro Elias e vai investigar mais envolvidos no esquema de desvio do dinheiro que deveria ser destinado ao investimento em hospitais e atendimento no estado do Amazonas.

Em nota, a atual gestão do estado do Amazonas  afirmou  que os pagamentos feitos para tratamentos no hospital Sírio Libanês, em São Paulo, favorecendo pessoas ligadas a autoridades públicas, conforme denúncia dos Ministérios Públicos Estadual (MP-AM) e Federal (MPF), são de gestões passadas, sem relação com o governo Amazonino Mendes e que o inquérito Civil do MP-AM nº 005.2016.000.116, de 06/04/2017, que deu origem ao processo, data de abril do ano passado e remete ao período compreendido entre 2012 e o início de 2017. O novo Governo do Amazonas, que assumiu após Eleições Suplementares, tomou posse em outubro de 2017.

A Susam esclareceu que tem todo interesse em contribuir com as investigações, que já foi notificada e está reunindo toda a documentação do período em que os pagamentos foram feitos, para subsidiar o MP-AM e o MPF.

De acordo com o secretário estadual de Saúde, Francisco Deodato, o novo governo não autoriza e não concede tratamento privilegiado a nenhuma pessoa. “Os princípios seguidos são os do SUS, que garante tratamento universal a todo e qualquer cidadão, com regras muito bem estabelecidas”, afirmou.

 

 

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