Manaus,21 de novembro de 2024

Resultados da pesquisa poderão impactar em termos de serviços ambientais

Com informações da assessoria
 

As substâncias químicas eliminadas pelos peixes denominadas como excretas são a base de uma pesquisa científica que investiga a importância dos peixes amazônicos para a ciclagem de nutrientes. A pesquisa é desenvolvida pelo doutorando em Ecologia, Álvaro Carvalho Lima, na Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN).

O estudo conta com apoio do Governo do Amazonas, por meio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas (Fapeam), no âmbito do Programa de Apoio à Formação de Recursos Humanos Pós Graduandos do Estado do Amazonas (PROPG-AM).

Segundo o pesquisador, a ciclagem de nutrientes é um processo de transformação dos elementos químicos que constituem a matéria viva em matéria não viva, que, por sua vez, poderá ser assimilada novamente pelos organismos (algas e plantas aquáticas). Por exemplo, as plantas absorvem elementos químicos dissolvidos na água, provenientes das excretas dos peixes, utilizando-os como nutriente para seu crescimento, o que permite a diminuição da quantidade das substâncias químicas eliminadas por eles.

‘Adubo’

Lima disse que os peixes, por exemplo, excretam nitrogênio e fósforo, pelas brânquias e urina, respectivamente, assim eles fornecem “adubo” para as algas. “Este estudo tem o foco em ecologia de ecossistema. Os resultados da pesquisa, por exemplo, poderão impactar em termos de sustentabilidade de serviços ambientais”, contou.

Pioneirismo

Conforme o pesquisador no caso dos peixes amazônicos, este é o primeiro estudo a investigar o processo. “Na pesquisa, percebemos que os peixes de pequeno porte, cujos adultos não passam de 10cm de comprimento, têm taxas de excreção maiores que peixes de grande porte. As taxas de excreção fósforo de uma mesma espécie vivendo em ambiente de várzea e ambientes de água preta são diferentes, com tendência de serem maiores no ambiente de várzea”, disse.

O estudo iniciou em 2015 e já realizou coletas de dados de campo e iniciou as análises de laboratório. A previsão é que em até maio deste ano as análises laboratoriais sejam concluídas. “Estamos realizando este estudo devido à ausência de investigações sobre a ciclagem de nutrientes mediada por peixes na Amazônia, que é o berço da maior diversidade de peixes do planeta”, informou.

PROPG-AM

 O programa concede bolsas de mestrado e doutorado a profissionais graduados, residentes no Estado do Amazonas há, no mínimo, quatro anos, interessados em realizar curso de pós-graduação stricto sensu, em Programa de Pós-Graduação recomendado pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) em outros Estados da Federação.

“O apoio da Fapeam, por meio da concessão da bolsa de doutorado, tem sido fundamental para a realização desta pesquisa, pois possibilitou custear todo o trabalho de coleta de dados de campo, além de aquisição de equipamentos e reagentes químicos para as análises laboratoriais do projeto”, finalizou.

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